23/04/2008

Pelé, poesia e as mil câmeras

por Lélis Espartel

(O texto abaixo foi escrito por Lélis Espartel, meu irmão, e será publicado
na edição de maio da Revista Brasil.net, que circula em Londres.
Mas o Blog Capizares publica antes, em primeira mão. Boa leitura!)

"Pode nascer um novo Zico, um novo Sócrates, um novo Kaká ou um novo Robinho, mas não um novo Pelé. A Dona Celeste e o Dondinho já fecharam a fábrica".

Essas são palavras de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, que costuma falar de si mesmo na terceira pessoa. Edson nunca foi conhecido por ser hábil com as palavras, inclusive Romário já dizia: "O Pelé calado é um poeta". Mas nessa questão eu concordo plenamente com o melhor jogador de todos os tempos. Nunca mais surgirá um novo Pelé.

Os motivos são relativamente simples. Todo bom jogador, depois de tomado pela mística do tempo, fica muito melhor. As pessoas costumam esquecer as más atuações e lembrar apenas das proezas. Daqui a 20 anos, ninguém vai lembrar da péssima passagem do Rivaldo pelo Milan, dos longos dias que Ronaldo passou sem marcar gols no Real Madrid ou da má fase que ronda o Ronaldinho Gaúcho no Barcelona.

Então você junta que o Pelé não era bom, era ótimo, mais a passagem do tempo que melhora tudo e, "voalá", temos o melhor de todos os tempos. Além disso, nenhum jogador hoje é bom o bastante para ser melhor que as mil câmeras que registram tudo o que acontece nos jogos. Elas sempre pegam o erro, a deslealdade ou até mesmo a sorte que antigamente não pegavam.

Se Pelé jogasse hoje em dia e cuspisse na cara dos zagueiros, como ele costumava fazer quando aplicava seus dribles, pegaria no mínimo 360 dias de suspensão. Vale lembrar que ele também quebrou a perna do jogador Kiesman, da antiga Alemanha Ocidental, e do zagueiro Procópio, do Cruzeiro. Agora imaginem isso nos dias de hoje.

Pelé é mais que um jogador de futebol, ele é uma lenda. Quando todos estivermos velhos e nossos netos vierem nos mostrar o novo centroavante da seleção brasileira, iremos dizer: "Esse não joga nada, bom mesmo era o Pelé".

Escrito por Lélis Espartel

2 comentários:

Unknown disse...

Parabens, Lelico.

Muito bom o texto, vejo que a boa veia da escrita nao esta so no sangue do mano.
Filipe, o blog e maravilhoso, sou fa. Nao te esquece de me levar no Jo contigo quando fores dar a entrevista falando do blog.

:D

Unknown disse...

Parabens, Lelico.

Muito bom o texto, vejo que a boa veia da escrita nao esta so no sangue do mano.
Filipe, o blog e maravilhoso, sou fa. Nao te esquece de me levar no Jo contigo quando fores dar a entrevista falando do blog.

:D